As mortes por assassinato entre os jovens negros no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos. É o que aponta o “Mapa da Violência 2012: a Cor dos Homicídios no Brasil”.
O documento foi lançado nesta quinta-feira (29) pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Secretaria de Políticas de Igualdade Racial (Seppir).
Utilizando os registros mais recentes, o índice de mortes violentas de jovens negros chegou a 72 para cada 100 mil habitantes. Entre os brancos, foi de 28,3 por 100 mil habitantes.
Em entrevista à Agência Brasil, o professor Julio Jacobo, responsável pelo estudo, disse que os dados são “alarmantes” e representam uma “pandemia de mortes de jovens negros”.
A situação mais grave é observada em oito estados, onde a morte de jovens negros ultrapassa a marca de 100 homicídios para cada 100 mil habitantes. São eles: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Distrito Federal, Bahia e Pará.
Diante dessa situação de desigualdade social, Jacobo defende políticas públicas mais amplas e integradas para atacar a questão, principalmente na área da educação. De acordo com o pesquisador, existem no país cerca de 8 milhões de jovens negros sem estudo e trabalho. (pulsar)