
A sede da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Rio Branco foi depredada na madrugada desta quarta-feira (30). De acordo com a entidade, essa é a sétima invasão em seis anos.
O arrombamento foi percebido logo que a equipe chegava ao escritório para organizar a recepção de participantes para um ato em solidariedade à Pastoral. A atividade estava marcada justamente por causa das violências que a CPT vem sofrendo no Acre.
Na ocasião, policiais foram chamados. Ao entrarem na sede, se depararam com a mesma situação da invasão anterior, ocorrida ainda neste mês. De cordo com informações da CPT, assim como no dia 21 de janeiro, as portas estavam arrombadas e o escritório revirado.
Para a coordenação da CPT, as ações visam coagir os trabalhos da entidade. A Pastoral da Terra tem denunciado a extração ilegal de madeira por empresas e defendido o direito de extrativistas na região.
Além das invasões do escritório, a Pastoral lembra que dois de seus integrantes já receberam ameaças de morte. Em 2011, Cosme Capistano da Silva e Maria Darlene Braga Martins receberam ligações lembrando que outros agentes da CPT já tinham sido assassinados no norte do país.
Os Ministérios Públicos do Acre e o Federal foram acionados na época, mas de acordo com a CPT as investigações não foram para frente. Agora, após as recentes invasões da sede em Rio Branco, um inquérito foi aberto. Nesta sexta-feira (1º), representantes da entidade irão para Brasília para uma reunião na Secretaria de Direitos Humanos (SDH).
Em nota, a CPT exigiu a apuração dos fatos com “profundidade e transparência” para que os “verdadeiros executores dessas violências no Acre sejam responsabilizados e presos”. O texto recebeu o apoio do Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). (pulsar)