O acampamento montado após a ocupação da usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, segue em seu processo de consolidação. O pedido de reintegração de posse foi revogado nesta terça-feira (6).
A área foi ocupada no madrugada do último dia 2 por 200 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A usina é um complexo de sete fazendas que totaliza 3 mil e 500 hectares. Esse latifúndio foi considerado improdutivo, segundo decisão do juiz federal Dario Ribeiro Machado Júnior divulgada em junho.
De acordo com informações do site do MST, nesta segunda-feira (5), uma juíza de plantão assinou uma reintegração de posse com liminar de despejo, a pedido dos proprietários. No entanto, a reintegração foi revogada no dia seguinte. No mesmo dia, os acampados entraram com uma denúncia na polícia contra um pistoleiro que ameaçava as famílias. O batalhão local se comprometeu a colocar rondas pela região todos os dias.
Além de estar desde 1998 classificada como improdutiva pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), a fazenda foi palco de violências durante a ditadura civil-militar brasileira: 10 presos políticos foram incinerados no local. Até hoje, porém, a Justiça Federal impede a desapropriação da área e já determinou despejos violentos de famílias que reivindicam a terra.
Essa é a segunda vez que o MST realiza uma ocupação na área da usina. O Movimento afirma que neste complexo de fazendas no interior do Rio ocorrem outros tipos de violência como: exploração de trabalho infantil, exploração de mão de obra escrava, falta de pagamento de indenizações trabalhistas, além de crimes ambientais. (pulsar)