Após polêmica repercussão na mídia, a validade da audiência pública sobre a concessão do Maracanã foi questionada por organizações e movimentos sociais. A audiência ocorreu na última quinta-feira (8).
O Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro divulgou nota exigindo que o registro de ocorrência de audiência seja cancelado e que uma nova seja convocada. O encontro deveria debater se a gestão do Complexo do Maracanã continuará pública ou se ela será privatizada via concessão.
Segundo informações do Comitê Popular, mais de 500 pessoas se manifestaram de forma unânime para o não-reconhecimento daquele espaço. Elas reivindicaram por cerca de duas horas o cancelamento do evento e a realização de uma nova audiência.
Pediram mais participação da população e falaram em convocar um plebiscito popular sobre o destino da administração do Maracanã. Os grupos presentes que representavam a sociedade civil não aceitam a concessão do estádio sem que antes haja um debate sobre se a gestão continuará pública ou se será privatizada.
No entanto, o governo ignorou as demandas dos grupos ali representados e resolveu tentar dar prosseguimento à audiência. O clima que foi gerado inviabilizou a realização de qualquer debate. O projeto proposto pelo governo do Rio de Janeiro pretende demolir o Parque Aquático Júlio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros. Também o prédio do antigo Museu do Índio, que ainda abriga alguns indígenas, e a Escola Municipal Friedenreich.
Pais de alunos, professores, atletas, torcedores, indígenas, parlamentares, usuários das instalações do complexo do Maracanã e demais cidadãos protestaram. Os manifestantes se posicionam contra o projeto que prevê a entrega da administração do estádio para a iniciativa privada por 35 anos. Com a concessão, prédios públicos seriam demolidos para a construção de shoppings e estacionamentos. (pulsar)