
Atiradores dispararam contra moradores do Quilombo Rio dos Macacos, localizado em Simões Filho, próximo à capital baiana Salvador. O ataque ocorreu na noite de terça-feira (18), não deixando feridos.
Os tiros foram na direção de pessoas que estavam próximas à residência de Seu Antônio Alexandria, ex-morador que faleceu de infarto em julho após ser ameaçado, junto com sua família, por integrantes da Marinha do Brasil.
A área do Quilombo Rio dos Macacos é disputada na Justiça pelos militares. O território tradicional foi doado ainda na década de 60 pela prefeitura de Salvador à Marinha. Atualmente, as cerca de 70 famílias quilombolas se encontram ameaçadas de despejo.
Para Rosemeire dos Santos, uma das lideranças do quilombo, o interesse pela terra não é só da Marinha, mas também dos governos da Bahia e federal. Na hora do ataque, ela se trancou em casa com a filha. Já o pai e os irmãos de Rosemeire se jogaram no mato para se proteger dos disparos. Por conta da escuridão, já que a comunidade não tem acesso à luz elétrica, nenhuma testemunha conseguiu dar pistas sobre os autores do ataque.
A exemplo do ano passado, apenas uma terra quilombola foi titulada pelo governo de Dilma Rousseff em 2012. De acordo com a Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP), somente 6% das 3 mil comunidades quilombolas já identificadas no Brasil têm suas terras tituladas. (pulsar/brasildefato)