
(foto: aline braga)
O tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel foi “escrachado” por militantes da Articulação Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (13). Há 44 anos os militares promulgavam o Ato Institucional nº 5 (AI-5) no país.
Para não deixar o episódio cair no esquecimento, diversas entidades e militantes em defesa dos direitos humanos foram até o Leblon, na Zona Sul do Rio. Eles protestaram em frente ao prédio do militar, que é mais conhecido como “Dr. Asdrúbal”.
Maciel chegou a confessar a execução de 16 pessoas no livro “O coronel rompe o silêncio”, de Luiz Maklouf. Hoje o militar é réu em um processo, encaminhado à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo desaparecimento do militante do PCdoB Divino Ferreira de Souza.
Dieymes Pechincha, do Levante Popular da Juventude, afirmou que “a articulação não se esquecerá das barbaridades que Lício e seus colegas repressores cometeram, sob o manto do AI-5”. Nesta época, em 1968, o Congresso foi fechado, a censura ficou mais forte e aumentaram as perseguições, exílios, sequestros, torturas e assassinatos.
Ao microfone, militantes denunciaram as atrocidades da ditadura. Uma faixa com o nome de todas as vítimas da Guerrilha do Araguaia foi pendurada nas grades do prédio onde vive o militar escrachado, que participou do conflito como repressor. Além disso, fotos de Lício, o “torturador encontrado”, foram afixadas pela vizinhança. (pulsar/brasildefato)