
Professores da Coordenadora Estadual dos Trabalhadores da Educação de Guerrero (CETEG) atacaram, na quarta-feira (24), as sedes dos principais partidos políticos em Chilpancingo, uma cidade no sul do México. Os professores, que receberam apoio de cidadãos armados, exigem a renúncia do governo.
Os educadores protestam contra a Reforma Educativa da nova Lei Estatal que está privatizando a educação. O governo federal diz que quer um maior controle sobre a qualidade da educação e dos professores. Dessa forma, coloca o controle inteiramente nas mãos dos sindicatos, envolvidos em escândalos de corrupção e nepotismo.
Manifestantes mascarados bateram nas janelas das sedes dos três maiores partidos políticos do país com varas, pintaram as paredes com graffiti e provocaram incêndios. De acordo com os líderes da CETEG, o governo não quer escutá-los. O governador do estado, Angel Aguirre, disse que as protestos impediram mais diálogos e anunciou que os líderes serão castigados. Foram emitidos mandados de prisão.
Chilpancingo é a capital do estado Guerrero, um dos estados mais pobres e violentos do país. Uma grande parte da população vive na pobreza e há grande presença do narcotráfico.
Guerrero tem uma forte tradição de protestos sociais. Há uns meses atrás, civis tomaram as armas para combater os narcotraficantes, causando mortes e violência aos povos do estado. Segundo estes grupos de autodefesa civil, o governo e a polícia são corruptos e não fazem o suficiente para garantir a segurança da população.
Há algumas semanas, os cidadãos armados se uniram aos professores e outros movimentos sociais e fundaram o Movimento Popular de Guerrero. De acordo com um dos líderes do movimento, por enquanto a luta é sem armas, mas, se o povo quiser, vão usar as armas.
A situação faz lembrar 2006, quando no estado vizinho de Oaxaca uma greve de professores resultou em uma revolta popular enorme. Os manifestantes ocuparam durante vários meses a capital e outros municípios e conseguiram expulsar o governo das suas sedes principais. Uma grande diferença é que a revolta em Oaxaca só contava com organizações desarmadas. (pulsar)