
Preocupados com o modo como os migrantes haitianos, africanos e sul-americanos vêm sendo retratados pela mídia no país, um grupo de pesquisadores e integrantes de organizações brasileiras focadas no tema migração elaboraram o Guia das Migrações Transnacionais e Diversidade Cultural para Comunicadores.
O objetivo é esclarecer as diversas situações que envolvem as migrações e assim, contribuir com a humanização da cobertura jornalística sobre esses casos. O guia tem à frente as pesquisadoras Denise Cogo e Maria Bedet.
O grupo que elaborou a cartilha tem observado que as notícias da imprensa brasileira sobre a vinda de migrantes para o país são, geralmente, permeadas por um tom de “criminalização e alarmismo” que ferem os princípios de direitos humanos destes cidadãos. Os pesquisadores ressaltam o papel relevante e estratégico da mídia ao abordar a migração por meio de forma humanizada que não contribua para reforçar situações de desilguadade, descriminação e preconceito.
Para reverter e alinhar esta situação, as organizações e pesquisadores signatários do Guia entendem que a cobertura midiática comprometida com os direitos humanos deve abordar a migração como “experiência sociocultural que envolve sujeitos e vidas humanas”.
Eles lembram ainda que é importante ter cuidado no uso do termo “ilegal” para não confundir infração administrativa com infração criminosa já que todo cidadão tem o direito a livre circulação e residência. Para os pesquisadores, exemplos de notícias corretas sobre o fenômeno migratório podem servir de base de dados para estudos desta realidade global. (pulsar/adital)