Mais de 500 mulheres do campo e da cidade realizaram caminhada para exigir providências do poder público. O ato aconteceu durante a campanha mundial “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”.
A marcha nesta terça-feira (4) passou por diversas ruas de João Pessoa lembrando também o recente assassinato de uma jovem de 16 anos. Ela era filha de uma liderança entre as agricultoras do Polo da Borborema. Cerca de 100 mulheres desta região foram ao protesto na capital da Paraíba.
Maria Leônia Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Massaranduba, disse em reportagem da ASPTA – Agricultura e Agroecologia, que as autoridades precisam entender a gravidade da desigualdade de gênero na região. Como liderança na Borborema, avalia que, além da violência do campo, “ainda é um desafio para as mulheres agricultoras terem o seu papel reconhecido”.
A mobilização exigiu a aplicação rigorosa da Lei Maria da Penha, a adequação e ampliação do número delegacias especializadas e a qualificação de seus funcionários. E também mais juizados especiais que punam crimes de violências contra as mulheres, como a psicológica, sexual e patrimonial.
Depois de caminhar com carro de som, faixas e bandeiras, uma comissão entregou um documento a autoridades. No próximo dia 10, Dia Internacional dos Direitos Humanos, elas terão uma audiência com o governador Ricardo Coutinho (PSB).
Só em 2012, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, 100 mulheres foram assassinadas na Paraíba. A taxa de homicídios no estado chega a seis para grupo de 100 mil, bem acima da média nacional que é de 4,4 para cada 100 mil mulheres. (pulsar)