É o que afirma o cientista Ian Noble, do Instituto de Adaptação Global. Uma recente pesquisa da entidade mostrou que, no quesito vulnerabilidade, o Brasil está na 58ª posição entre 176 países.
A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, foi considerada o maior desastre climático do país. Na época, mais de 900 pessoas morreram por causa dos deslizamentos, que deixaram milhares de desabrigados.
Segundo as informações divulgadas pela Agência Deutsche Welle, o maior problema das regiões Sul e Sudeste são as chuvas que afetam principalmente as populações que vivem em encostas. O Centro-Oeste e o Nordeste vão passar por secas cada vez mais frequentes. Já partes da floresta amazônica, no Norte, deverão se converter em savana.
A agricultura é o setor econômico mais vulnerável, podendo ocorrer o deslocamento de uma série de culturas para áreas onde as condições climáticas sejam mais favoráveis. O setor energético também se mostra deficiente por depender das hidrelétricas. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível dos reservatórios é o menor em 10 anos e caiu para menos da metade nas principais usinas.
O pesquisador Saulo Filho, da Universidade de Brasília (UnB), avalia que o governo brasileiro avançou no combate às mudanças climáticas. Uma ação importante foi a criação da Política Nacional de Mudanças Climáticas, em 2009, para elaborar planos contra impactos em diversos setores da economia.
No entanto, organizações e movimentos sociais apontam que a preocupação com as questões ambientais no país é acompanhada por políticas que vão no sentido contrário, como o incentivo à mineração e extração de petróleo. (pulsar)