Na Amarc 10 a cada dia que passa fica demonstrado a compreensão sobre o papel das mulheres nas rádios comunitárias. Nuahapa Banegas,
Este segundo dia de atividade tivemos a terceira mesa tratando das questões de gênero. A mesa foi coordenada pela Rede de3 Mulheres da Amarc Brasil, Rosmari de Castilhos. Foram painelistas: Benilde Nhalevilo, FORCOM, Moçanbique; Marie Justine Gurlein, REFRAKA, Haiti; Ade Tanesia, da AMARC Ásia; Ratna Maya Awal, ECR FM, Nepal e S uahapa Banegas, Rádio Marcala, Honduras.
A proposta desta mesa foi debater que novos desafios se apresentam para as mulheres de rádios comunitárias frente às situações de conflito político ou de emergência? De que forma as mulheres têm tentado enfrentar esses desafios? Com quais ficiculdades e conquistas? Que laços têm feito com outras mulheres, suas organizações, movimentos sociais e instituições? Todas as painelistas foram unânimes em colocar que as mulheres nestas situações são as mais penalizadas, juntamente com crianças e idosos. Marie Justine destacou, que na situação de conflito vivido no Haiti as mulheres e meninas sofreram neste período abusos sexuais e muitas desapareceram e que não se tem nenhuma informação. Informou que no terremoto, que vitimou milhares de pessoas, as mulheres sofreram duplamente, pois perderam toda a sua história e um dos movimentos que elas estão desenvolvendo é o de recuperar suas identidades e apelou para as mulheres não sejam vistas como vitimas, mas como pessoas que estão nas Rádios Comunitárias defendendo os Direitos Humanos.
A representante de Moçambique, Benilde Nhalevilo, destacou a luta pela garantia da voz das mulheres nas Rádios Comunitárias e que elas tiveram papel importante no que chamam de cerimônia de unificação, onde buscam as várias correntes de pensamento para a busca da paz (unificação).
Ade Tanesia, da Indonésia, fez relato de experiências com ênfase a luta pela paz, principalmente entre grupos de diferentes religiões que é muito importante para as mulheres.
Suyapa de Honduras relatou a experiências das mulheres no recente golpe vivo no país. Disse que as mulheres forma para as ruas filmar, gravar e realizar entrevistas sobre o que estava acontecendo no país. “Assim se tornaram comunicadoras” e começamos a fazer questionamentos inclusive sobre o desaparecimento de uma mulher, onde o estado não se sentia responsável. As mulheres neste período receberam apoio e solidariedade de muitos outros movimentos.
Ratna do Nepal destacou a campanha de sensibilização que elas desenvolvem para atrair cada vez mais mulheres para a comunicação, o que não é muito fácil devido a cultura local.
Ao final foram tiradas algumas ações para serem encaminhadas para a Rede Internacional de Mulheres da Amarc:
1 – realização de uma campanha de sensibilização sobre o papel das mulheres nas Rádios Comunitárias;
2 – Elaborar um calendário de ações de solidariedade – pensar em missões de observação em países com conflito ou em emergênica. Sendo que estas missões não precisam ser presenciais.
3 – Enviar para a ONU Mulher um relato com todas as denúncias de violência sofridas pelas mulheres nos países que tenham tido situações de conflito e ou emergência.