
Entre os 117 cardeais com direito a voto no conclave, pelo menos nove podem ter praticado ou acobertado atos ilegais como assédio sexual e pedofilia. O número equivale a quase 8% dos religiosos com poder de decisão no Vaticano.
Nesta semana, o responsável pela Igreja Católica na Escócia, o cardeal Keith Michael Patrick O’Brien, renunciou ao seu direito de participar da eleição do novo papa. Oficialmente, explicou que tomou a decisão porque não queria que a atenção da mídia se concentrasse nele e sim no papa Bento XVI e em seu sucessor. O’Brien está entre os acusados de ter praticado assédio sexual, ainda na década de 80.
O cardeal e antigo arcebispo de Los Angeles, Roger Mahony, também é suspeito de ter acobertado 129 casos de pedofilia por várias décadas. Em carta, a associação de católicos dos Estados Unidos Catholics United afirmou que a presença de Mahony “vai agravar o escândalo e a vergonha” da igreja. Outro estadunidense, o cardeal Justin Francis Rigali, ex-chefe da diocese de Filadélfia, é acusado de não revelar casos de pedofilia que teriam sido cometidos por 37 sacerdotes.
Outro acusado é o cardeal belga Godfried Danneels, que teve seu computador apreendido por conta de suposto acobertamento de abusos de jovens. Já o cardeal irlandês Seán Baptist Brady pode estar envolvido com uma centena de casos de abusos cometidos em orfanatos, escolas e paróquias.
Acusações do tipo são feitas também contra outros religiosos da Austrália, Polônia, Eslovênia, México e Argentina. A suspeita ou comprovação da participação em atos de assédio sexual e pedofilia não é suficiente para impedir a participação no conclave, que deve escolher um novo papa ainda em março. A decisão de afastamento da eleição deve ser tomada por cada religioso. (brasildefato/pulsar)