Paulistano, produtor cultural, vídeo documentarista, astrônomo amador e rádio aficionado, era como Chico Lobo se descrevia.
Considerado uma das maiores referências da comunicação popular brasileira, foi precursor e colaborou com a fundação das mais importantes Rádios Livres do país, entre elas a pioneira Rádio Xilik, da PUC, em 1985, Rádio Dengue, Rádio Favela de BH – cuja história foi contada no filme Uma onda no ar, de Helvécio Ratton -, Rádio Onze, do CA XI de Agosto da FADUSP, Rádio Noroeste de Campinas e colaborou com a instalação de mais de centenas outras rádios livres e comunitárias por todos os estados do Brasil.
O que pouca gente sabe é que ele realizou mais de dezenas de cursos de produção radiofônica, militou no MST, implantando rádios em assentamentos em cinco estados, ensinou o uso de equipamentos de radio-segurança para os companheiros do Movimento, escreveu duas apostilas completas sobre radiodifusão comunitária.
Foi e seguirá sendo uma das principais lideranças do movimento das rádios populares, livres e comunitárias de todos os tempos.
Destacava-se pela maestria no fazer comunicação popular e na firmeza política. Chico Lobo era militante respeitado até por quem não concordava com ele.
A Amarc Brasil lamenta essa grande perda e, com muita tristeza, se despede desse companheiro de lutas pela comunicação popular brasileira. E, citando outro companheiro e comunicador, Clementino Lopes: “Quando parte um lutador do povo, perde a luta e perdemos todos nós”. Mas, “com certeza o Chico está levando um microfone e uma antena “pirata”. Piratas são eles.”
Chico Lobo, presente!
Amarc Brasil,
Abril, 2022