O Ministério Público Federal (MPF) abriu ontem (19), oficialmente, uma investigação sobre o conflito entre policiais federais e índios Munduruku da aldeia Teles Pires, na divisa dos estados do Pará e Mato Grosso.
No último dia 7, dois policiais e seis indígenas ficaram feridos. O índigena Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado com três tiros. Uma representação assinada por 116 organizações e entidades da sociedade civil denuncia o assassinato.
Os procuradores da República Felipe Bogado, que atua em Santarém (PA), e Márcia Brandão Zollinger, do Ministério Público Federal (MPF) em Cuiabá (MT), determinaram o envio de ofício à Polícia Federal (PF) em Mato Grosso com uma série de questionamentos.
O MPF quer saber se foi feita necrópsia, para apurar a causa da morte de Adenilson. Também exige saber se houve a identificação, apreensão e o exame pericial na arma que teria efetuado o disparo contra o indígena.
No ofício, os procuradores da República também exigem que seja apresentada a relação detalhada de todos os participantes da operação, sejam eles da PF, da Força Nacional de Segurança, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai) ou de quaisquer outros órgãos.
A operação Eldorado foi deflagrada com o objetivo de desarticular organização criminosa dedicada à extração ilegal de ouro em terras indígenas. Segundo nota à imprensa divulgada pela PF, houve acordo com os índios para a realização da operação na área dos Munduruku.
No entanto, uma carta divulgada pelos Mundukuru afirma que foram pegos de surpresa pelos policais. De acordo com os relatos “a policia começou a invadir as casas das aldeias e a destruir o que encontrava”. (pulsar)