Mulheres negras, de várias partes do Brasil, anunciaram em uma carta pública a realização de uma Marcha em 2015 contra o Racismo e pelo bem viver. Afirmam que a marcha é fundamental para denunciar a situação das 49 milhões de mulheres negras no país.
A decisão se deu após o 7º Seminário Mulheres Negras e Saúde e no 1º Seminário Nacional Interseccionalidade de Raça e Gênero no Enfrentamento a Feminização DST/Aids, realizados pela Rede Mulheres Negras em Curitiba, no Paraná, de 9 de novembro até esta terça-feira (13).
No ano escolhido para a realziação da Marcha se comemora a realização de três importantes Conferências para o movimento: 14 anos da 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata em Durban, na África do Sul; 20 anos da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Beijing, na China; e 21 anos da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, no Cairo, Egito.
Na carta, o movimento de mulheres negras lembra que o Estado brasileiro é signatário de todos os acordos e protocolos produzidos nestas e em outras conferências internacionais. Contudo, “muito pouco ou quase nada foi feito para remover as barreiras que historicamente impedem a projeção, protagonismo e a participação das mulheres negras nos espaços de decisão e nas agendas do desenvolvimento brasileiro”.
Ao encerrar o documento, o grupo que integra a Marcha das Mulheres Negras de Curitiba convoca a sociedade para participar da organização do evento. Também ressalta ter como objetivo “exigir do Estado brasileiro, bem como de todos os setores da nossa sociedade, respeito e compromisso com a promoção da equidade racial e de gênero”. (pulsar)