
Em meio ao processo de licitação para escolha de um gestor privado para o Estádio Mario Filho, está em curso uma Consulta Pública Popular. Movimentos e organizações envolvidos na proposta avaliam que a privatização do Maracanã não tem viabilidade econômica: ao final de 35 anos de concessão, apenas 16,5% do investimento público feito desde 1999 voltaria ao cofres públicos.
Levando em conta apenas os gastos com o estádio a partir de setembro de 2010, Gustavo Mehl, do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro, destaca que já foram consumidos 932 milhões de reais; isso equivale a cerca de 1 milhão por dia.
Enquanto isso, completa Gustavo,com a privatização, o retorno previsto para o Estado é de 4 milhões e meio de reais ao ano. O ativista acredita que essa proposta refletiria um “verdadeiro roubo do Maracanã”, já que o orçamento público seria “lesado violentamente”.
Gustavo conta que a Consulta Pública Popular reúne propostas de grupos afetados pelos megaeventos esportivos no Rio de Janeiro: os indígenas da Aldeia Maracanã; os atletas e usuários do Parque Aquático Julio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros; e os estudantes, pais e professores da Escola Municipal Friedenreich, que corre risco de ser removida.
Para eles, o poder público ignorou as tentativas de diálogo da sociedade civil organizada, servindo aos interesses de grandes investidores privados. Diante disso, propõem que o complexo do Maracanã tenha uma gestão 100% pública, servindo ao uso comunitário.
A Consulta Pública é realizada pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas e coordenada pelo Observatório das Metrópoles do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), da UFRJ. Ela estará disponível até o dia 15 de junho, quando terá início a Copa das Confederações 2013. (pulsar)
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