
Uma barreira humana foi montada para evitar que um mandado de reintegração de posse na comunidade do Horto, na cidade do Rio de Janeiro fosse cumprido na manhã desta quarta-feira (3). Moradores da comunidade resistem a possibilidade de remoção de uma família de cerca de 20 pessoas.
A barreira humana, que fazia vigília desde o início da manhã de hoje, foi desmobilizada por volta das 13h quando a presidenta da Associação de Moradores do Horto, Emília Souza, recebeu a informação de que o mandado não seria cumprido hoje. No entanto, ela garante que irão se manter vigilantes.
A mobilização envolveu dezenas de moradores, com apoio de integrantes de movimentos sociais e até indígenas que ocupavam o antigo Museu do Índio. Além disso, foi montada uma barricada feita com tapumes, vigas de metal e pedras.
As famílias ameaçadas vivem em 620 casas que ocupam o entorno do Instituto Jardim Botânico, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. A remoção foi reivindicada pela União na década de 80, sob a alegação de que as residências foram construídas dentro da área do parque.
Desde então já foram pedidas à Justiça mais de 200 ações de reintegração de posse. O advogado da Associação de Moradores do Horto, Rafael da Mota, conta que, apesar de ter ganhado todas as ações há alguns anos, a União decidiu recentemente suspender temporariamente a ação. Mesmo assim, a 23ª Vara Federal resolveu decretar a remoção de quatro casas.
Um dos moradores ameaçados, Max Luiz dos Santos contou a Agência Brasil que sua família vive há décadas no local e que seu avô ganhou o terreno da direção do Jardim Botânico quando trabalhava como agente florestal.
Os moradores dizem que há alguns anos a própria União encomendou um estudo à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para viabilizar a regularização das mais de 600 casas. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a União formasse uma comissão para determinar os reais limites do Jardim Botânico. (pulsar)