Entidades lançam manifesto contra prisão preventiva de Frei Gilvander Moreira, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ele foi processado por publicar um vídeo de denúncia sobre o excesso de veneno em feijão no município de Unaí, Minas Gerais.
O manifesto também protesta contra o uso indiscriminado de agrotóxicos. O vídeo publicado por Frei Gilvander em seu site fala sobre o episódio em que, ao iniciarem o preparo do feijão, cozinheiras de uma escola em Unaí não suportaram o mau cheiro e os sinais de veneno contidos no alimento, chegando, inclusive, a passarem mal.
A Empresa responsável pelo Feijão Unaí, denunciada pelo vídeo, não só processou o Frei Gilvander como também os responsáveis pelo Google e pelo Youtube. Além disso, o juiz do Juizado Especial Cível de Unaí responsável pelo processo decretou a prisão preventiva de Frei Gilvander, caso o vídeo não seja retirado dentro de cinco dias.
Segundo dados apresentados em audiência pública realizada em Unaí por uma Comissão Parlamentar, a proporção de incidência de câncer no noroeste de Minas Gerais, região da cidade em questão, é de cerca de mil 260 casos por 100 mil habitantes. A média mundial não ultrapassa 400 casos ao ano por 100 mil pessoas.
De acordo com o manifesto, “o Estado democrático de direito em que vivemos nos garante o direito de livre expressão e de informação, assim como o sagrado direito a saúde“. O vídeo não foi retirado do ar pelo site Youtube nem pelo frei Gilvander, pois consideram estar exercendo seu direito de difundir informação.
Por fim, as entidades que assinam o manifesto definem a decisão judicial como “uma ofensa ao Estado democrático de direito, uma violação do direito fundamental de livre manifestação e de informação, assim como uma ameaça à saúde pública”. (pulsar)