Meninas, adolescentes e jovens empoderadas podem ser agentes no enfrentamento ao assédio e à violência sexual. Este princípio norteia o “Meninas em Movimento”, projeto da ActionAid em parceria com as organizações Casa da Mulher do Nordeste (CMN), Centro das Mulheres do Cabo (CMC) e Etapas.
Com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, a iniciativa tem como objetivo defender os direitos de crianças e adolescentes, promovendo equidade de gênero e igualdade étnico-racial no Recife, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco, impactando mais de 16 mil pessoas na região.
O projeto “Meninas em Movimento” está diretamente relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2030 das Nações Unidas, especialmente os ODSs 4 (educação de qualidade) e 5 (igualdade de gênero).
Ser mulher significa ser o que dizem que a mulher deve ser? A pergunta pode soar retórica ou polêmica, mas há respostas diversas e complexas. As questões de gênero são vividas diariamente. É um tema presente em um contexto no qual o que caracteriza ser mulher perpassa o entendimento do outro sobre o corpo e a atuação dela.
Gênero é um dos módulos das oficinas do Ciclo de Formação com crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos do projeto Meninas em Movimento, realizado em sete territórios pernambucanos pela ActionAid, em parceria com Casa da Mulher do Nordeste, Centro das Mulheres do Cabo e Etapas, com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal.
A proposta do módulo é abordar diversidades de gênero na sociedade e violações e violências sofridas por ser mulher, seja ela cis ou trans. O ciclo é uma das fases do projeto.
São oito oficinas subdivididas em módulos de quatro horas, totalizando 96 horas. O objetivo é promover habilidades para lidar com situações de conflito no cotidiano. Com condutas de proteção e o desenvolvimento da autonomia das meninas, essa fase do Meninas em Movimento reforça o que estabelecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas números 4 (educação de qualidade) e 5 (igualdade de gênero).
O Ciclo de Formação prepara as adolescentes para serem protagonistas na multiplicação do conhecimento e no ativismo nas causas sociais. Na grade de conteúdos estão: Direitos fundamentais do Estatuto da Criança e do Adolescente; Gênero e feminismo; Raça e enfrentamento ao racismo; Sexualidades e direitos sexuais e reprodutivos; Gravidez na adolescência; Democracia e cidadania; Violência contra mulher, e Direito à cidade. O trabalho é feito de forma participativa e com atividades lúdicas. Há ainda duas visitas guiadas a espaços culturais e de lazer.
Os encontros são quinzenais e, em cada um, meninas de uma mesma faixa etária, em grupos de 12 anos a 14 e de 15 a 17, podem se encontrar e conhecer realidades de vida diferentes e ao mesmo tempo semelhantes.
No fim do ciclo é esperado que as meninas possam estar fortalecidas, pois vão vivenciar em paralelo o Media Advocacy. É uma forma de se sentirem bem para falar sobre o projeto, de terem propriedade para dialogar sobre diversidade de gênero, escolhas, violência contra a mulher, direitos sexuais, raça, a dimensão de ser jovem periférico e ser uma maioria negra. Estes são temas a serem tratados no percurso das ações do Meninas em Movimento.
COMO E ONDE ATUAMOS
O projeto “Meninas em Movimento” tem como foco a prevenção e o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, visando, sobretudo, o protagonismo e empoderamento das meninas e mulheres, na busca por uma vida livre de discriminação e violência.
Os temas do projeto serão trabalhados principalmente com crianças, adolescentes e mulheres para promover a autonomia e incentivar a autoproteção. Ao longo de dois anos, serão realizados cursos, oficinas, campanhas educativas e eventos de multiplicação de saberes em sete territórios de três municípios pernambucanos: Ibura e Passarinho, no Recife; Vila Califórnia, em Ipojuca, e Engenho Massangana, Gaibu, Vila Suape e Vila Nova Claudete, no Cabo de São Agostinho.
OBJETIVOS
- Fortalecer o empoderamento feminino e o seu protagonismo na visibilidade às iniciativas de enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes.
- Contribuir para que meninas e mulheres jovens tenham conhecimento de seus direitos, aumentem sua autoestima e habilidades de vida para reduzir seu risco e o de outras meninas à violência sexual.
- Promover a articulação da rede de proteção social dos territórios para incidência política e apoiar a participação das adolescentes nos espaços de controle social na defesa de direitos humanos.
- Sensibilizar, mobilizar e fortalecer a comunidade para compreensão do fenômeno e fortalecimento da rede local de proteção a violência sexual de crianças e adolescentes.