O Governo do Estado do Rio de Janeiro recebe hoje o príncipe e a princesa da Holanda para tratar da participação de empresas holandesas na gestão do Maracanã e em obras para a Copa e as Olimpíadas. Ativistas alertam sobre demolições.
O Comitê Popular da Copa e Olimpíadas aproveita para alertar que o projeto para o Maracanã é contestado frontalmente por diversos grupos da sociedade civil do Rio de Janeiro.
Segundo informações do Comitê, a previsão do governo é que o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio Delamare sejam demolidos para a construção de shoppings e estacionamentos, deixando atletas olímpicos sem ter onde treinar e interrompendo projetos sociais que atendem à comunidade local.
Além disso, o projeto prevê a demolição da quarta melhor escola pública do estado e do prédio histórico do antigo Museu do Índio, construção do século XIX, onde indígenas de diversas etnias vivem e exigem a recuperação do espaço como um centro cultural indígena. Perguntado sobre o futuro dos indígenas, há duas semanas, o governador disse: “Isso não é problema meu”.
Após gastar cerca de 1 bilhão e 400 mil reais em reformas no Complexo do Maracanã entre 1999 e 2012, o governo prevê a concessão do Complexo do Maracanã para a iniciativa privada em um contrato que ao final de 35 anos pagará somente 16% do que foi gasto.
Essa quantia não cobre nem os juros do financiamento feito para a reconstrução do estádio, que foi demolido em 2010. Há graves denúncias de favorecimento ao grupo empresarial de Eike Batista, empresário mais rico do país e amigo pessoal do governador Sergio Cabral. (pulsar)