Indígenas Guarani Kaiowá e Ñadeva pediram à Procuradoria-Geral da República mais segurança e urgência na demarcação de suas terras no Mato Grosso do Sul. Eles se reuniram em Brasília com a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat.
Lideranças indígenas também entregaram nesta segunda-feira (29) um documento solicitando o apoio do Ministério Público Federal (MPF) para garantir melhorias no acesso ao Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, área ocupada pelos indígenas na Fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul. As informações são da Agência Brasil.
No documento, explicam a situação pela qual passam e reafirmam que irão lutar por suas terras até o fim. Ainda relataram a ocorrência de mais um suicídio, no último sábado (26), e também denunciaram o estupro de uma indígena ocorrido na última quarta-feira (24).
No Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, cerca de 200 indígenas ocupam uma área de 2 hectares. Para a liderança Otoniel Guarani Ñadeva, a demora da Fundação Nacional do Índio (Funai) em divulgar o relatório definindo se a área pertence à etnia está contribuindo para a situação de violência.
A vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, compara a situação dos Guaranis kaiowás com a vivenciada na demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ela chegou a acusar o Estado de praticar racismo institucional.
No dia 16 de outubro, o Ministério Público apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3) contra a decisão da Justiça Federal em Naviraí, que determinou a saída dos indígenas da fazenda. O MPF pede a permanência da etnia Guarani Kaiowá na área até que sejam concluídos os estudos antropológicos aptos a determinar a tradicionalidade da ocupação. A expectativa é que o recurso seja julgado até esta quarta-feira (31). (pulsar)