
O Conjunto de Favelas da Maré, no subúrbio carioca, convida a população do Rio de Janeiro a se solidarizar com as lutas de resistência à violência policial. Junto a organizações e movimentos sociais, moradores convocam uma manifestação para a próxima terça-feira (2).
Em nota, registram que o ato acontece em decorrência do “brutal assassinato de 13 pessoas” na comunidade. O documento destaca que os que vivem da Maré não querem que mais “mães chorem lágrimas de sangue” e repudia a criminalização da pobreza.
O texto salienta que a segurança pública é um direito. Porém, ao realizar operações policiais violentas, aponta que o Estado vê os moradores de favelas como “pobres sem nome e sobrenome”. A moradora da Maré Gizele Martins destaca que a favela é colocada à margem, mas faz parte da cidade. Ela afirma que, em meio às manifestações que ocorrem pelo país, os moradores da Maré estão sendo impedidos de protestar.
A comunicadora popular criticou o que ocorreu no último dia 20 de junho, quando houve uma desproporcional repressão do Batalhão de Choque ao protesto que tomou as ruas do Centro da capital fluminense. Porém, comparou com a situação da favela. Disse que no cotidiano da Maré as balas são de fuzil, e não de borracha.
A jovem questiona a política de pacificação do governo estadual de Sérgio Cabral (PMDB) e de José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. E lembra que o aumento da violência policial na Maré coincide com o início da Copa das Confederações, quando as entradas da favela foram ocupadas pela Força Nacional.
A Maré possui 16 comunidades, onde vivem cerca de 130 mil habitantes. Nesta entrevista, Gizele fala sobre a criminalização dessa população pelo Estado e pelos grandes meios de comunicação comercial. Esses e outros temas, como a luta por moradia, saúde e educação, serão pautas da manifestação. Os participantes se concentrarão no dia 2 de julho, a partir das 15h, na Passarela 8 da Avenida Brasil, via que margeia esta favela carioca. (pulsar)
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Entrevista com a comunicadora popular e moradora da Maré Gizele Martins.