
O Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (COPAC) de Belo Horizonte, grupo que denuncia os impactos negativos causados pela realização da Copa do Mundo na cidade, divulgou nota em que responsabiliza a Fifa e a ação da polícia pela violência ocorrida na manifestação desta quarta-feira (26).
O protesto terminou em conflitos entre policiais e um grupo de manifestantes. Há relatos sobre dezenas de pessoas feridas, todas civis. O estudante Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, morreu depois de cair do viaduto José de Alencar.
Cerca de 100 mil pessoas participaram do protesto. Os manifestantes se concentraram no Centro e se dirigiram ao estádio do Mineirão, onde a seleção brasileira de futebol venceria o Uruguai pela semifinal da Copa das Confederações.
Apesar da negociação ocorrida na véspera entre o governo do estado e movimentos sociais, alguns manifestantes começaram a forçar a barreira física montada perto do estádio e foram duramente reprimidos por policiais.
Para Amanda Couto de Medeiros, do COPAC, a ação da polícia foi desmedida e intolerante. Ela conta que em todas as manifestações ocorridas nos últimos dias, as forças policiais mineiras não têm sido usadas para garantir a proteção da população, mas para garantir a privatização dos espaços públicos em prol da Fifa.
Amanda criticou, ainda, o que chamou de “terror midiático” e a “dicotomia criada entre ‘manifestantes’ e ‘vândalos’”. Para ela, a resistência empreendida por alguns jovens diante da violência policial reflete a revolta após ações de abuso e repressão.
Em nota, o Comitê Popular afirma que, embora não promova nem estimule ações diretas contra o patrimônio, os chamados “atos de vandalismo” não justificam uma “ação de repressão que coloca a vida das pessoas em risco”.
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A integrante do COPAC critica “dicotomia entre ‘manifestantes’ e ‘vândalos’ “