
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fontelles, disse na noite desta terça-feira (4) a atuação de José Maria Marin, atual presidente Confederação Brasileira de Futebol (CBF), durante a ditadura militar foi uma “atitude horrível”. Fontelles disse, porém, que o grupo não analisa qualquer participação de Marin durante o regime.
Marin tem sido alvo de campanha de entidades de direitos humanos e parlamentares a renunciar do comando do futebol nacional. A “Frente Nacional dos Torcedores” lançou há um mês, no Rio de Janeiro, a campanha “Fora, Marin”.
Ele é acusado de ser cúmplice na tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura militar (1964-1985). Marin, que também é presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, está envolvido em escândalos de corrupção.
As acusações contra o ex-político se baseiam em gravações em que Marin fez declarações hostis aos profissionais de imprensa da TV Cultura, dias antes da prisão e posterior assassinato no DOI-Codi do jornalista Vladimir Herzog, que era diretor da TV na época.
De acordo com Fontelles, se trata de um discurso, que apesar de ser condenável, não pode ser utilizado para acusar Marin de violação de direitos humanos. Ele ainda afirmou que o caso de Marín não é no momento foco da comissão. No entanto, o presidente da CBF foi convidado a depor, no dia 11 de junho, pela Comissão da Verdade de São Paulo. ele deverá prestar esclarescimento sobre sua atuação como deputado estadual na década de 70. (pulsar)