Amarc

HISTÓRIA

Era uma vez, em 1983…

Um grupo de pessoas apaixonadas pela radiodifusão comunitária se reuniu quase que espontaneamente em Montreal, no Canadá – ali se evidenciou um movimento mundial que unia aquelas pessoas.

Em 1986, por ocasião da II Assembleia Mundial realizada em Vancouver, no Canadá, o que no princípio foi um movimento espontâneo, se converteu oficialmente na Associação Mundial de Rádios Comunitárias – AMARC  (link para amarc.radio – apagar este parêntese). Em 1988, em Manágua, na Nicarágua, AMARC adquiriu o título de Organização Não Governamental.

Em Dublin, na Irlanda, em 1990, as discussões da IV Assembleia Mundial de AMARC, se centraram na afirmação do Direito à Comunicação. Na mesma ocasião, um grupo de mulheres propôs a criação de uma rede internacional das mulheres trabalhadoras no setor de rádio comunitária.

Mas a Rede Internacional de Mulheres (link para https://amarc.radio/es/amarc-win/ – apagar este parêntese) só foi criada em 1992, na V Assembleia, em Oaxtepec, no México. Na mesma ocasião nasce a Rede de Solidariedade da AMARC.

Em Dakar, no Senegal, a VI Assembleia conformou a existência de um movimento arraigado localmente através de escritórios regionais fortes e autônomos, que evoluíam com eficácia num contexto mundial de globalização.

A VII Assembleia Mundial de AMARC aconteceu em Milão, na Itália, em agosto de 1998.  Esta Assembleia seguiu o alinhamento determinado em Dakar, a fim de facilitar a organização do caminho a seguir a partir de três novas fronteiras: a fronteira legal, no reconhecimento dos meios comunitários dentro das novas legislações internacionais; a fronteira técnica, ajudando suas associadas a assumirem a virada tecnológica e permitindo a colaboração das rádios comunitárias com outros meios de vocação similar; e a fronteira geográfica, abrindo caminho para trabalhar a questão na Ásia e nos países árabes.

A VIII Assembleia Mundial e Conferência da AMARC em Katmandú, no Nepal, em 2003, foi a maior reunião de produtores e produtoras de rádios comunitárias ocorrida na região, representando uma “pedra fundamental” para o desenvolvimento do movimento de rádios comunitárias na região da Ásia-Pacífico. Por outro lado, as pessoas participantes da reunião aprovaram um plano de ação estratégico da AMARC para o período compreendido entre 2003 e 2006. A Declaração de Katmandu foi o documento final elaborado a partir das deliberações e adotado pela Assembleia Geral.

A IX Assembleia Mundial, AMARC 9, aconteceu em Aman, na Jordânia. A anfitriã da conferência, junto com outros meios de comunicação e grupos de jornalistas da Jordânia e da Palestina foi a pioneira da radiodifusão pela Internet, e agora em FM, Ammannet. Mais de 300 radiodifusores comunitários de mais de 110 países, de todas as regiões do mundo estiveram presentes. A AMARC 9 durou uma semana e foi uma oportunidade para que xs participantes pudessem analisar e explorar os desafios que enfrentam as rádios.

A Declaração de Aman reconhece o importante papel das rádios comunitárias na conquista dos objetivos do milênio, possibilitando o conhecimento dos desafios dominantes do desenvolvimento através do mundo e promovendo a participação e a apropriação das pessoas do processo de desenvolvimento.

A Assembleia Mundial AMARC 10, aconteceu pela primeira vez na América do Sul e reuniu representantes de mais de 500 rádios comunitárias de todas as regiões do mundo e aliados de 87 países. A sede foi a cidade de La Plata, na província de Buenos Aires, Argentina, de 8 a 13 de novembro de 2010. As atividades da Conferência ocorreram no Centro Cultural Pasaje Dardo Rocha, cenário dos acontecimentos culturais mais importantes da cidade de La Plata.

No último dia da Assembleia foram realizadas as eleições do novo conselho internacional da AMARC. A AMARC Brasil participou com 8 votos, ressaltando que somente rádios e centros de produção com as últimas três anuidades pagas podiam votar. Presencialmente votaram Criar Brasil, Unirr, Ilê Mulher, Associação Mulheres na Comunicação e Liberta; Independência FM, Oboré e ComVida tiveram seus votos representados.

A AMARC 10 entregou pela sexta vez o Prêmio da Solidaridade, dessa vez para as rádios comunitárias de Haiti por seu papel de apoio à população após o terremoto de fevereiro de 2010.

Por fim, a AMARC determinou as linhas estratégicas de ação da rede para 2011-2014, reunindo em parte os ricos conteúdos, frutos de dias de intercâmbios e debates em plenárias, seminários e oficinas sobre como: ampliar a incidência social das rádios comunitárias no desenvolvimento, na democratização e no reconhecimento da diversidade; assegurar o estabelecimento de marcos regulatórios que permitam o desenvolvimento das rádios comunitárias, e; fortalecer a sustentabilidade social, econômica e política do setor dos meios comunitários a nível local, regional e internacional.

A Rede de Rádios Comunitárias de Gana (GCRN) sediou a Assembleia AMARC 11, entre 10 e 14 de agosto de 2015, em Acra. Foi a segunda conferência global de emissoras comunitárias a ser realizada na África, que conta com experiências de mídia comunitária desde os anos 80.

AMARC 11 colocou o foco em como a rádio comunitária contribui para uma comunidade global. Por isso foi importante que a solidariedade internacional presente em Gana contribuísse para quebrar os regulamentos restritivos que aplicam às rádios comunitárias na África.

Mais de 500 emissoras comunitárias e parceiras se reuniram na Conferência Global AMARC 11, representando mais de 110 países de todas as regiões do mundo. Os debates e atividades da Assembleia se concentraram na rádio comunitária, segurança holística e desenvolvimento sustentável; rádio comunitária, cultura e segurança de identidade; e rádio comunitária, conflito e segurança institucional.
Como em cada Assembleia Geral, houve trocas e experiências para enriquecer as boas práticas na mídia comunitária; compartilhamento de conhecimento e capacitação; intercâmbio de estratégias para facilitar marcos regulatórios favoráveis para o desenvolvimento da mídia comunitária e a não criminalização dos movimentos sociais; atividades das mulheres; articulação com outras comunidades e organizações para contribuir com a transformação social por meio das rádios comunitárias, com perspectiva de direitos.

E a história da AMARC continua…