Uma audiência temática sobre as mulheres negras brasileiras será realizada no dia 1º de novembro pela Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, capital dos Estados Unidos.
A audiência vai ocorrer durante a próxima sessão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh). A reunião foi solicitada pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) a fim de denunciar o Estado brasileiro pela ausência de políticas públicas para as mulheres negras.
De acordo com a secretária executiva da AMNB, Simone Cruz, o propósito é “levar informações à Comissão sobre os graves problemas enfrentados pelas as mulheres negras no âmbito dos direitos humanos no campo da saúde e do trabalho doméstico no Brasil”.
Segundo estudo realizado pela Articulação, as mulheres negras são campeãs no exercício do trabalho doméstico sem os direitos trabalhistas garantidos. Também são as que registram as maiores taxas de mortalidade por morte materna em consequência de complicações durante a gravidez.
O estudo aponta que, para além dos fatores biológicos e comportamentais de cada indivíduo, existem elementos que criam condições desfavoráveis para as negras brasileiras. O documento cita, por exemplo, a ação do racismo patriarcal que gera impacto diferenciado nessas mulheres.
Além de Simone Cruz, acompanharão a audiência da Organização dos Estados Americanos (OEA): a presidente do Geledes – Instituto da Mulher Negra, Nilza Iraci, e o diretor de Programa para a America Latina da Global Rights, Carlos Quesada. (pulsar/adital)