
As Assembleias Mundiais da AMARC acontecem a cada quatro anos, sendo o espaço fundamental da rede para debate, intercâmbios, tomada de decisões, eleição de representantes e planejamento. São ocasiões tanto para realizar balanços de cada uma das regiões (América do Norte, Europa, Ásia Pacífico, África e América Latina e Caribe), quanto para a eleição das novas representações Regionais e Internacionais.
A 10º Conferência e Assembleia Mundial da AMARC, AMARC 10, aconteceu pela primeira vez na América do Sul e reuniu representantes de mais de 500 rádios comunitárias de todas as regiões do mundo e aliados de 87 países. A sede foi a cidade de La Plata, Buenos Aires, Argentina, de 8 a 13 de novembro de 2010. As atividades da Conferência ocorreram no Centro Cultural Pasaje Dardo Rocha, cenário dos acontecimentos culturais mais importantes da cidade de La Plata.
A AMARC Brasil esteve representada com 13 integrantes, que participaram de diversas atividades, entre reuniões políticas, seminários e palestras: Arthur William (Unirr), Andreas Behn (Pulsar), Alexandra Moojen (Ilê), Denise Viola (assoc. individual), Divina Jordão (Assoc. Mulheres em Comunicação), Jessé Barbosa (assoc. individual), João Paulo Malerba (Criar Brasil e repres. Nacional), Katarine Flor (Pulsar), Lívia Duarte (Pulsar), Rosi Castilhos (assoc. individual e conselheira), Sofía Hammoe (assoc. indiv. e coordenadora programa de formação Br e Alc), Sônia Lima (Liberta) e Taís Ladeira (assoc. individual). Com ajuda da Pulsar e os recursos das anuidades os custos de inscrição e hospedagem foram cobertos daqueles que puderam arcar com seus gastos com passagem.
A dinâmica da Conferência foi organizada com palestras durante a manhã, oficinas, feiras de rádio e outros eventos paralelos durante a tarde. Também se organizaram eventos artísticos e turísticos durante e depois da assembleia.



A Pulsar Brasil fez a cobertura de todo o evento, disponibilizando material em texto e áudio diariamente. Quem quiser conferir, o material pode ser acessado em http://www.agenciapulsar.org/
No último dia foram realizadas as eleições do novo conselho internacional da AMARC. A AMARC Brasil participou com 8 votos, ressaltando que somente rádios e centros de produção com as últimas três anuidades pagas podiam votar. Presencialmente votaram Criar Brasil, Unirr, Ilê Mulher, Associação Mulheres na Comunicação e Liberta; Independência FM, Oboré e ComVida tiveram seus votos representados. A excelente notícia foi a eleição de Pía Matta, ex-presidenta da AMARC América Latina, que agora assume a presidência mundial. Os nomes eleitos para o Conselho foram:
Maria Pia Matta, Presidente, Chile.
Emmanuel Boutterin, Vicepresidente, França.
Franklin Huizies, Tesoureiro, África do Sul.
Maria Eugenia Chávez, Vicepresidente da rede internacional das mulheres, México.
Marcelo Solervicens, Secretário Geral, Canadá.
Ashish Sen, Vicepresidente pela Região da Ásia-Pacífico, Índia.
Oumar Seck Ndiaye, Vicepresidente pela África, Senegal.
Carlos Aparicio, Vicepresidente pela América Latina e Caribe, México.
Mariano Sanchez, Vicepresidente pela Europa, Espanha.
Sony Esteus, Vicepresidente, Haiti.
Silvia Richardson, Vicepresidente, Canada.
Wilna Quarmine, Vice presidente, Gana.
Sawsan Zaida, Vicepresidente, Jordânia.
Steve Buckley, Presidente que sai (membro ex-ofício do Conselho de Administração sem direito a voto, durante um ano)
A AMARC 10 entregou pela sexta vez o Prêmio da Solidaridade, dessa vez para as rádios comunitárias de Haiti por seu papel de apoio à população após o terremoto de fevereiro de 2010.
Por fim, a AMARC determinou as linhas estratégicas de ação da rede para 2011-2014, reunindo em parte os ricos conteúdos, frutos de dias de intercâmbios e debates em plenárias, seminários e oficinas sobre como: ampliar a incidência social das rádios comunitárias no desenvolvimento, na democratização e no reconhecimento da diversidade; assegurar o estabelecimento de marcos regulatórios que permitam o desenvolvimento das rádios comunitárias, e; fortalecer a sustentabilidade social, econômica e política do setor dos meios comunitários a nível local, regional e internacional.
Duas moções foram sugeridas pela AMARC Brasil, uma recomendando o governo brasileiro a adotar princípios democráticos na discussão e formulação da nova lei de comunicação brasileira e outra demandando respeito às especificidades organizativas dos povos originários no momento das concessões de outorga às rádios comunitárias