
A CPI dos Incêndios em Favelas de São Paulo teve fim nesta quarta-feira (12) sem nenhuma conclusão. Criada há oito meses, apenas seis sessões foram realizadas entre abril e dezembro. As reuniões deveriam ter acontecido quinzenalmente. A Comissão foi criada para investigar as causas dos pelo menos 600 incêndios registrados na cidade nos últimos quatro anos.
A última reunião contou com bate-bocas, acusações e ataques políticos. O debate se concentrou entre Floriano Pesaro (PSDB) e Juliana Cardoso (PT). A vereadora chegou no penúltimo encontro para ocupar a cadeira da oposição na CPI, uma reivindicação dos movimentos sociais desde que a comissão foi montada.
A tendência da bancada governista é aceitar que as ocorrências não têm relação com a especulação imobiliária. O vereador Pesaro disse considerar “estapafúrdia” a ideia de que os incêndios pudessem ser criminosos. Já segundo Juliana, “o tempo seco foi um dos principais motivos para justificar os incêndios em favelas, mas eles não ocorreram na região metropolitana, que teve o mesmo clima”. Além disso, Juliana apontou que todos os locais que sofreram incêndio são áreas de especulação imobiliária, como indica o mapa digital elaborado por um grupo de pesquisadores.
A secretaria-adjunta de Habitação na cidade de São Paulo, Elisabete França, afirmou que todas as famílias que perderam suas casas em incêndios são automaticamente cadastradas em programas de habitação. Porém, moradores de diferentes favelas que pegaram fogo afirmam que não havia garantia de inscrição nesses programas. Elas dizem estar inscritas apenas para o recebimento do aluguel social por tempo determinado. (pulsar/brasilatual)