No Rio de Janeiro, centenas de manifestantes protestaram, no último sábado (1º), contra a privatização do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. As reformas no local ameaçam uma escola municipal e o antigo Museu do Índio.
Os ativistas explicaram que, após investir 1 bilhão em meio de reais desde 1999, o governo do estado vai conceder o estádio à iniciativa privada por 35 anos, em troca do recebimento 7 milhões de reais anuais. A reforma do Maracanã para a Copa 2014 está orçada em quase 900 milhões de reais em recursos públicos. Para a construção de um complexo esportivo em torno do estádio, o governo pretende demolir a Escola Municipal Friedenreich, o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Julio Delamare e o antigo Museu do Índio.
O Ministério Público Estadual ingressou na Justiça, em 21 de novembro, com uma Ação Civil Pública contra o governo do estado e a prefeitura do Rio, pedindo a preservação da escola e impondo multa diária de 5 mil reais, caso seja impedida a matrícula dos alunos. O governo estadual alega que as alterações e demolições são necessárias para adequar o Maracanã às exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para a Copa 2014.
O protesto realizado neste início de dezembro marca também o primeiro ano de lançamento do Dossiê Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil, documento organizado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa. Nele estão denúncias de desrespeito ao direito à moradia, aos direitos humanos e o registro de infrações contra o meio ambiente e contra os trabalhadores das obras para a Copa do Mundo.
Além do Rio de Janeiro, também ocorreram manifestações semelhantes em Curitiba, São Paulo, Distrito Federal e Natal. Os atos públicos foram organizados pelos Comitês Populares chamando atenção para a série de violações de direitos na preparação do país para os grandes eventos esportivos. (pulsar)