
Moradores da comunidade quilombola Rio dos Macacos, próxima a Salvador, denunciaram agressões por parte da Marinha do Brasil. Segundo relatos, o acesso à comunidade foi interrompido e os moradores estariam sendo “intimidados” a deixar o local.
A localidade se encontra a cerca de 500 metros da Base Naval de Aratu, onde Dilma Rousseff estava hospedada para passar férias até ontem (9). Durante a permanência da presidenta, moradores da comunidade quilombola fizeram protestos para chamar a atenção para a situação que enfrentam.
O território é alvo de disputa entre a comunidade que habita o terreno há quase 200 anos e a Marinha. A moradora Rose Meire disse à Agência Brasil que os conflitos decorrentes da dificuldade de deslocamento são frequentes, pois a Marinha controla a entrada e saída dos moradores.
Em setembro de 2012, a Justiça baiana determinou o despejo dos moradores da região, atendendo a um pedido de reintegração de posse da Marinha. A Defensoria Pública da União recorreu da decisão que, agora, aguarda julgamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
Os moradores também reivindicaram a publicação do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação, elaborado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo eles, o laudo reconhece a comunidade, onde moram mais de 500 pessoas, como remanescente de quilombo. (pulsar)