Documentos que comprovam o assassinato do ex-deputado federal Rubens Paiva por agentes da Ditadura Militar serão encaminhados à Comissão da Verdade do Rio Grande do Sul na próxima semana.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (23) pelo governador do estado, Tarso Genro. Posteriormente, o conteúdo será levado à Comissão Nacional da Verdade, que investiga os crimes cometidos no período de exceção.
Os documentos encontrados pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul estavam na casa do coronel da reserva Julio Miguel Molinas Dias, que foi assassinado na frente de sua residência, no bairro Chácara das Pedras, em Porto Alegre, no último dia 1º de novembro. No material, existe a comprovação da passagem do ex-deputado no Departamento de Operações e Informações, Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), no Rio de Janeiro.
Rubens Paiva, que fora deputado pelo PTB, cassado pelo regime militar dez dias após o golpe de 1964, desapareceu na capital fluminense em janeiro de 1971. Depoimentos já davam conta de que agentes da Aeronáutica o levaram para a sede do DOI-CODI, mas nunca havia aparecido nenhum documento oficial que confluísse com os depoimentos.
Segundo Tarso Genro, outros documentos relacionados à ditadura militar que estejam sob a guarda das instituições gaúchas poderão ser revelados com o trabalho da Comissão Estadual da Verdade. Na presença da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS), o ex-ministro da Justiça, também recordou o começo das discussões no governo federal sobre a necessidade de revisão da Lei de Anistia, que perdoou os torturadores do regime. (pulsar/sul21)