A Universidade de Brasília (UnB) realizou nesta terça-feira (6) uma audiência pública temática sobre o caso do reitor Anísio Teixeira, que morreu em circunstâncias suspeitas no Rio de Janeiro, em 1971, durante o regime militar.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão Memória e Verdade Anísio Teixeira são responsáveis pelo evento. Na ocasião, a família de Anísio Teixeira entregou às duas comissões e apresentou ao público um dossiê inédito sobre as circunstâncias da morte do educador e as perseguições que ele sofreu durante a ditadura militar.
A entrega e a apresentação foram feitas pelo filho do educador Carlos Teixeira, que assina o documento. O material contém elementos colhidos pelos familiares ao longo de anos de investigações. Durante a audiência, Anísio também foi lembrado por fotos e pela exibição do documentário “Anísio Teixeira: educação não é privilégio”. O educador foi responsável pelo sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro, em defesa de um sistema público e laico de educação.
As duas comissões assinaram um termo de cooperação para que possam trabalhar conjuntamente. A Comissão Nacional da Verdade tem firmado parcerias com outras comissões da verdade, sejam estaduais ou institucionais. Comissões abertas por universidades e organizações classistas, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), são exemplos.
De acordo com os organizadores, a audiência teve o objetivo de sensibilizar o público universitário para a busca pela verdade sobre o regime militar, que tanto prejudicou a educação brasileira. Vários dos mortos e desaparecidos durante a ditadura eram estudantes universitários. A Comissão Nacional da Verdade estima em 300 o número de alunos que sumiram durante o período.
Pela Comissão Nacional da Verdade, estiveram presentes o coordenador Cláudio Fonteles e o professor Paulo Sérgio Pinheiro. O reitor da UnB, José Geraldo de Souza Júnior, foi o anfitrião da audiência. Todos os 11 membros da Comissão da Verdade Anísio Teixeira, da UnB, compareceram. (pulsar/vermelho)