As eleições municipais no Chile, ocorridas neste domingo (28), obtiveram grande número de abstenções. Pelos dados oficiais, 70% do total de 13 milhões de eleitores se abstiveram de votar para prefeito e vereadores.
Dos 30% de eleitores que foram às urnas, a maioria escolheu candidatos de esquerda e de centro, derrotando os partidos conservadores. No Chile, o voto era obrigatório até 2008, quando passou a ser facultativo.
Analistas políticos chilenos e meios de comunicação disseram que o protagonista das eleições foi o alto nível de abstenção. Segundo a revista chilena Ponto Final, o fato seria uma espécie de punição à apatia política do país, revelando a crise de representatividade que afeta a institucionalidade herdada da ditadura militar.
As convocações para a abstenção foram incentivadas pela Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundários. A porta-voz Eloisa Gonzalez disse que o apelo é uma forma de repudiar práticas políticas viciadas.
Com a vitória na capital Santiago da candidata Carolina Toha, do Partido para a Democracia, sob o atual prefeito Pablo Zalaquett, da União Democrática Independente, os partidos da aliança do presidente do Chile, Sebastián Piñera, perderam um dos principais redutos eleitorais do país. (pulsar)