
O Centro Nacional de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH), manifestou repúdio e exigiu providências urgentes contra as graves violações ocorridas em Belo Horizonte contra a População em Situação de Rua.
O Centro, instituído pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República em 2011, recebe e acompanha casos de violência contra a população de rua em todo o país. Nos últimos dois anos, o CNDDH registrou cem homicídios de moradores de rua em Belo Horizonte, sendo que trinta ocorreram em 2011, cinquenta e dois em 2012 e já constam dezoito homicídios em 2013.
De acordo com a estimativa da própria Prefeitura da capital mineira, atualmente há cerca de dois mil moradores em situação de rua na cidade. Dessa forma, se conclui que 5% da população em situação de rua foi vítima de homicídio, ou seja, um em cada vinte moradores de rua foi assassinado em Belo Horizonte nos últimos dois anos.
Além do alto número de homicídios contra essa população, também é grande o número de denúncias com relação à violência institucional, como omissão nos serviços públicos como moradia, saúde, trabalho e renda, assistência familiar, e a violência policial, ocorridas de diversas maneiras.
De acordo com a instituição, ações higienistas têm acontecido corriqueiramente na cidade. Segundo denúncias, agentes municipais, apoiados pela Polícia Militar, têm passado pelas ruas recolhendo os pertences pessoais dos moradores de rua, como remédios, documentos, cobertores e material de trabalho, pois muitos vivem da catação de material reciclável.
O CNDDH teme que com a aproximação do primeiro jogo da Copa das Confederações na cidade, no dia 17 de junho, as ações de violações contra a população de rua se intensifiquem ainda mais. Esse número se completou na noite do dia 10 para o dia 11 de junho de 2013 quando mais dois moradores de rua foram assassinados brutalmente. (pulsar)