No dia 18 de agosto o coletivo Intervozes e a ONG Artigo 19 convidaram representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir a atual situação da liberdade de expressão no Brasil. O evento foi uma despedida já que contou com a presença da Relatora Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA, Catalina Botero que vai deixar o seu cargo no mês de otoubro.
A AMARC Brasil aproveitou o evento que tinha o “objetivo de fazer um balanço do trabalho dos relatores nos últimos anos e apontar os desafios e perspectivas para os próximos mandatos” para apresentar uma carta sobre o estado atual das rádios comunitárias no Brasil. Partimos do “Informe Anual 2013” da CIDH e as suas observações e considerações ao Estado Brasileiro para melhorar a defesa do Direito a Comunicação nesse país.
Em nossa carta criticamos:
- o abuso de controles oficiais da radiodifusão, como por exemplo o aumento da fiscalização no espectro eletromagnético pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) durante a Copa;
- a de fato descontinuação do Plano Nacional de Outorgas (PNO) que impossibilita de muitas rádios comunitárias legalizarem-se e alimenta a criminalização das radialistas;
- a falta de uma lei em relação a radiodifusão brasileira que limite a formação de monopólios por empresas privadas;
- a passividade do Estado para garantir um compartilhamento democrático e legítimo das frequências;
- a falta de compromisso político para criar condições que permitam às rádios comunitárias uma verdadeira sustentabilidade econômica.
Como destacamos em nossa carta, na defesa das rádios comunitárias e livres no Brasil, “precisamos da ajuda da ONU e da OEA” para “guiar o Estado Brasileiro numa melhor defesa dos Direitos Humanos em nosso país.”