
A Câmara dos Vereadores do Rio decidiu adiar para a próxima semana a votação do tombamento do prédio do antigo Museu do Índio, ameaçado de demolição por causa das obras de reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
Apesar da pressão popular, a matéria só foi colocada em votação depois das dez horas da noite, quando já não havia o quórum mínimo necessário para a aprovação, que é de 26 parlamentares. Mesmo assim, os vereadores presentes votaram o projeto de tombamento, que registrou 18 votos a favor e nenhum contra, pois a bancada do governo já havia se retirado. Segundo o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), a matéria poderá entrar em pauta na próxima quarta-feira (26).
O cacique Carlos Tukano, líder da ocupação do Museu do Índio, disse à Agência Brasil que haverá resistência à tentativa de retirá-los do imóvel. O vereador Reimont (PT), um dos autores da proposta de tombamento do Museu do Índio, juntamente com Eliomar Coelho (PSOL) e Leonel Brizola Neto (PDT), lamentou a postura da Câmara.
Outro projeto de tombamento, da Escola Municipal Friedenreich, que funciona ao lado do Maracanã e também está ameaçada de demolição, não pôde ser votado porque foi apresentada emenda à matéria. Dessa maneira, o processo para votação sobre a escola deverá estar concluído apenas no próximo ano.
Apesar da demora na votação do tombamento dos imóveis, os vereadores aprovaram o orçamento para 2013 além de um projeto que institui o campo de golfe olímpico, na Barra da Tijuca. Esse processo inclui aumento da altura permitida para construção de edifícios, e a redução de 58 mil metros quadrados de uma área de proteção ambiental (APA). Duas emendas apresentadas de última hora foram aprovadas, garantindo a isenção total de impostos municipais do futuro campo de golfe. (pulsar)