
No Brasil, 3,6 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A maioria tem entre 15 e 17 anos e deveria estar no ensino médio. Na pré-escola, a cada cinco crianças, uma não encontra vaga.
Esse contingente de pessoas sem estudar corresponde a quase o total da população do Uruguai. Os dados são do relatório De Olho nas Metas, divulgado nesta quarta-feira (6) pelo movimento Todos pela Educação (TPE).
A análise utiliza dados oficiais referentes a 2011. Com base na Constituição e em outros dispositivos legais, a entidade estabeleceu que pelo menos 98% das crianças e adolescentes brasileiros deveriam frequentar a escola até 2022.
De acordo com o relatório, houve melhora em relação ao último estudo, que considerou informações de 2009. O Brasil tem hoje 92% da sua população de 4 a 17 anos matriculada. Porém, a taxa ainda se mostra insuficiente. Para a meta ser cumprida, o índice de agora teria que bater os 94,1%.
Alguns estados do Norte, com índices pouco acima dos 70% em 2000, conseguiram aumentar o número de matrículas na última década. Agora, o Acre apresenta 88,9% dos seus adolescentes e crianças na escola. O Amazonas, 88,7%. E Rondônia, 86,3%. Esses estados e mais o Amapá, no entanto, ainda têm os maiores índices de jovens sem estudar.
No país, a expansão na oferta de vagas se concentrou principalmente no ensino fundamental. Houve poucos avanços nas pontas, ou seja, na educação infantil e no ensino médio.
O relatório do movimento Todos pela Educação (TPE) destaca ainda que, de 2004 a 2012, houve um crescimento de 169% na frequência de cursos profissionalizantes pelos que têm entre 15 e 17 anos. Esse dado leva a crer que se inserir no mercado de trabalho seja um dos motivos para o abandono da escola. (pulsar)