Os principais canteiros de obra de Belo Monte foram palco de tumulto neste fim de semana em função de problemas trabalhistas e desacordos com a proposta de aumento salarial apresentada pelo Consórcio construtor da hidrelétrica.
De acordo com o Movimento Xingu Vivo, a primeira ação ocorreu na noite de sexta (9), quando foram incendiados quatro galpões do almoxarifado após a informação de que o aumento proposto pela empresa seria de apenas 7%. Já no sábado, os protestos tomaram conta do canteiro de Pimental, que, segundo uma liderança dos trabalhadores, teve instalações e alojamentos destruídos.
O trabalhador Emiliano de Oliveira afirma que o Sindicato da Construção Pesada do Pará (Sintrapav) fechou acordo com o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) de um aumento de 11% sem dialogar com a base. De acordo com Oliveira, o sindicato foi expulso do canteiro juntamente com toda a equipe administrativa do Sitio Pimental, mas houve uma rápida intervenção da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança.
Segundo os trabalhadores, a categoria tem três principais reivindicações que não foram negociadas ainda pelo sindicato: aumento salarial acima do oferecido, equiparação salarial entre os canteiros de obras e mudança de regras da baixada, que permitiram a folga para que possam visitar as famílias.
Segundo os trabalhadores, as forças policiais continuam guardando o canteiro de Pimental, mas o Consórcio já teria avisado que todos os operários devem retomar as atividades nesta segunda, sob pena de demissão sumária.
De acordo com um dos trabalhadores, o canteiro está destruído e não condições de trabalharem. Segundo lideranças da categoria, ainda não há uma posição oficial do sindicato frente às reivindicações dos operários, e não está descartada uma greve geral em Belo Monte a partir desta semana. (pulsar)