Cerca de 70 organizações brasileiras e internacionais protocolaram na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um documento sobre as irregularidades da usina de Belo Monte.
A carta, entregue nesta terça-feira (4) no Rio de janeiro, solicita que o presidente do órgão, Luciano Coutinho, deixe de liberar um novo empréstimo de 22,5 bilhões de reais anunciado recentemente. Para as organizações, existem evidências de inviabilidade econômica de Belo Monte visto o “aumento constante nos custos do empreendimento, que já se multiplicaram em quase 7 vezes”.
O documento indica a falta de análise da classificação de risco dos empréstimos à barragem já realizados pelo BNDES. Também aponta para a inexistência do guia socioambiental com diretrizes que orientem os investimentos no setor hidrelétrico, sendo que essa é uma determinação do próprio Banco.
Além disso, segundo levantamento do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Belo Monte já reúne um total de 54 ações contra suas ilegalidades e violações dos direitos humanos, tanto do licenciamento como das obras. Dessas ações, 15 são do Ministério Público Federal e 21 da Defensoria Pública. Outras 18 foram movidas por organizações e movimentos sociais.
Diante do descumprimento das condicionantes pelo Consórcio Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica no Pará, as organizações reivindicaram uma audiência com a direção do BNDES. A intenção é debater as questões levantadas na carta e apontar medidas urgentes a fim de assegurar a coerência entre os objetivos de responsabilidade ambiental e social do Banco e suas operações na prática. (pulsar)