
Artistas e ativistas promoveram neste domingo (24) um ato público em São Paulo e no Rio de Janeiro para lembrar o Dia Internacional pelo Direito à Verdade para as Vítimas de Graves Violações dos Direitos Humanos. Crimes cometidos pelo regime militar, que vigorou entre 1964 a 1985, foram lembrados e denunciados.
A celebração da data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2010, em homenagem a Oscar Romero, arcebispo de El Salvador, assassinado em 24 de Março de 1980 por seu ativismo contra a violação aos direitos humanos.
A psicanalista Maria Rita Kehl, integrante da Comissão Nacional da Verdade, uma das organizadoras do ato em São Paulo, destacou que esta foi a primeira vez que o dia foi celebrado no Brasil.
Na parte da manhã, em São Paulo, o ato foi realizado na rua Maria Antônia, palco do enfrentamento ocorrido entre membros do chamado Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e estudantes universitários.
A celebração também contou com a participação de ex-estudantes do Centro Universitário Maria Antônia da Universidade de São Paulo (USP), entre 1949 e 1968. Para Sérgio de Carvalho, diretor da Cia do Latão que também foi uma das organizadoras do ato, “é preciso marcar posição histórica e discutir esse processo, que se tratou de crime de Estado”.
A integrante do grupo Mães de Maio, fundado em 2006, Débora Maria Silva também esteve presente no ato em São Paulo. Ela perdeu o filho após a execução de centenas de jovens nas periferias da capital. Débora explicou que as mães também pleiteiam a Comissão da Verdade para a história dos “crimes de maio”.
Na parte da tarde também foi celebrado um ato na praça São Salvador, no Rio de Janeiro, organizado pelo Coletivo Memória, Verdade e Justiça e pelo Instituto Boal. O evento lotou o coreto da praça e teve grande participação de jovens. Também contou com a presença de Maria Rita Kehl que pegou um vôo após participar do ato em São Paulo. (pulsar)