
O ato contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro reuniu cerca de 10 mil pessoas na noite desta quinta-feira (13). Manifestantes explicam que o protesto não é apenas contra o aumento da passagem mas pela garantia de outros direitos como o direito à cidade.
A manifestação começou por volta das cinco horas da tarde na Igreja da Candelária, no cruzamento das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, as duas principais da região central . Gritos de guerra demonstravam a insatisfação dos manifestantes com as políticas empregadas pelos atuais governantes. Os ativistas cantavam “Cabral é ditador” e carregavam cartazes com dizeres como “O Rio é nosso, não é negócio” e “ Violento é o Estado”.
O artista Pedro Victor Brandão, que esteve presente nos protestos anteriores disse que nunca tinha visto uma manifestação tão massiva no Rio de Janeiro. Ele acredita que parte disso se deva à uma articulação nacional e é uma resposta à forte repressão da Polícia Militar .
Pedro Victor explicou que a manifestação vai além da reivindicação contra aumento da passagem. Segundo ele, estão “ lutando pelo direito à cidade e pelo direito de criar e se recriar dentro da cidade, quem faz esse trabalho de criação e recriação é o cidadão, não é o estado, não são as empresas”. De acordo com ele, se você não consegue se criar na sua própria cidade, acaba perdendo o acesso aos outros direitos.
Alguns manifestantes também se muniram com o humor e sarcasmo para protestarem. Lincoln da Mata andava embaixo de um guarda chuva no qual estava escrito “Bolha Imobiliária”. Ao ser interpelado ele disse, ironicamente, que, devido aos preços abusivos de aluguel na cidade, “teve que morar nos ônibus, só que, com o aumentou da passagem, também foi despejado desse meio de trasporte.
De acordo com Lincoln, “ ao contrário do que se diz na grande mídia, a manifestação não é apenas contra o aumento da passagem”. Ele afirma que “a cidade está a venda”. Por isso, defende que “temos que protestar para mudar as coisas”. (pulsar)
Gritos de guerra na manifestação contra o aumento da passagem no Rio de Janeiro.
O artista Pedro Vitor Brandão sobre as manifestações e o direito à cidade.
Lincoln da Mata denuncia a bolha imobiliária gerada no Rio de Janeiro.