Uma rede de exploração sexual no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, passará a ser tratado em âmbito federal. Vulnerabilidade de meninas indígenas preocupa órgãos públicos.
Além da investigação abertaa há um mês a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Tráfico de Pessoas também vão acompanhar o caso.
De acordo com informações da organização Repórter Brasil, as primeiras denúncias de exploração sexual infantil na região foram feitas em 2008. No entanto, nem o Ministério Público Estadual, nem Polícia Civil, conseguiram desmantelar a rede de pedofilia local.
As violências cometidas ganharam repercussão nacional com a notícia de que a virgindade de uma menina havia sido vendida por 20 reais. As autoridades ouviram depoimentos de 12 garotas e listaram nove suspeitos.
O crescimento populacional acelerado é apontado como um dos fatores que agravaram a situação. O número de moradores do município encravado na floresta, na fronteira do Brasil com Venezuela e Colômbia, quase dobrou em duas décadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais de 90% dos moradores da região são de indígenas, sendo alta a desigualdade social. Ainda de acordo com dados do IBGE, enquanto a renda média mensal dos indígenas é de 601 reais, a da população branca é de 2 mil 387.
Diante da exposição das crianças indígenas ao risco de exploração sexual, os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Tráfico de Pessoas apontaram para a necessidade de estratégias prioritárias para lidar com o problema no Amazonas. (pulsar)