
Está marcado para a próxima segunda-feira (4) o júri popular que julgará o ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Marcos Prochet, acusado de matar o trabalhador rural Sebastião Camargo, de 65 anos, em 1998. O sem terra foi morto durante um despejo ilegal na cidade de Marilena, no Noroeste do Paraná
O conflito envolveu cerca de 30 pistoleiros, entre eles Augusto Barbosa da Costa, integrantes de milícia organizada pela UDR, que também vai a júri na próxima semana. Além do assassinato de Camargo, 17 pessoas, inclusive crianças, foram feridas durante a ação truculenta.
O latifúndio onde Camargo foi morto já havia sido declarado improdutivo pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Em 2001, o então proprietário da fazenda Boa Sorte, Teissin Tina, recebeu 1 milhão e 300 mil reais pela desapropriação da área. A área em que houve o assassinato hoje é um assentamento de reforma agrária.
Em novembro de 2012 dois outros envolvidos no assassinato de Sebastião Camargo foram condenados: Teissin Tina, recebeu condenação a seis anos de prisão por homicídio simples; e Osnir Sanches, condenado a 13 anos por homicídio qualificado e constituição ilegal de empresa de segurança privada, utilizada para recrutar jagunços que executavam despejos ilegais e assassinavam trabalhadores rurais.
Nessa época, Marcos Prochet apresentou recurso contra a decisão, que foi extraviado por duas vezes, quanto tramitava no Tribunal, fato que atrasou em pelo menos três anos o julgamento. Quando o julgamento pelo tribunal do júri foi finalmente marcado, a defesa de Prochet mudou de advogado um dia antes do julgamento, forçando o adiamento do ato.
Em 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), organismo ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), a responsabilizou o Estado Brasileiro pelo crime. (pulsar)