A criação do Dia Nacional da Liberdade de Imprensa no Brasil está associada ao importante manifesto que exigia o fim da censura imposta pela ditadura militar. Em 1977, durante aquele período de repressão política e controle da informação, um grupo de jornalistas, escritores e intelectuais se uniu para lutar pela liberdade de expressão e pela garantia do direito à informação no país.
Em 7 de junho de 1977, três mil jornalistas assinaram um manifesto pelo fim da censura e pela instauração de uma imprensa livre no Brasil, um ano e meio após a trágica morte do jornalista Wladimir Herzog nos porões da ditadura.
Hoje, outros tipo de violência – política, econômica, ideológica – atinge a imprensa. Esta semana, lembramos o marco de 1 ano do assassinato do jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian, que apurava os fatos a causa indígena no estado do Amazonas.
A edição de 2023 do Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa, que avalia as condições do jornalismo em 180 países e territórios, é publicada por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio. O levantamento indica que a situação é “muito grave” em 31 países, “difícil” em 42 e “problemática” em 55, sendo “boa” ou “relativamente boa” em 52 países. Em outras palavras, as condições para o exercício do jornalismo são ruins em 7 de cada 10 países e satisfatórias em apenas 3 de cada 10 países.
A diferença entre verdadeiro e falso, real e artificial, fatos e artefatos é tênue, pondo em risco o direito à informação. Capacidades de manipulação sem precedentes são usadas para enfraquecer aqueles que personificam o jornalismo de qualidade, ao mesmo tempo em que enfraquecem o próprio jornalismo.
E o Brasil? Em 2022, foram registrados 376 casos de agressões a jornalistas e veículos de comunicação no Brasil, o que equivale a praticamente um caso por dia. Os dados são do Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2022, divulgado em janeiro deste ano pela Federação Nacional dos Jornalistas, a Fenaj.
De acordo com o levantamento, os números, apesar de elevados, são menores que os de 2021, ano recorde desde o início da série histórica feita pela federação, quando foram registrados 430 casos. Apesar da queda de 12,53% em relação ao ano anterior, o relatório constata que as agressões diretas a jornalistas tiveram crescimento em todas as regiões do país.
A Amarc Brasil entende essa data como oportunidade para promover debates, discussões e ações que promovam a proteção e o fortalecimento da liberdade de imprensa no país. É um dia para valorizar o trabalho dos jornalistas e reafirmar a importância de uma imprensa livre, independente e responsável na construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Com informações do Repórteres Sem Fronteira e Agência Brasil